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Tipos de dor crônica mais comuns em idosos: qual deles você conhece?

Dor crônica em idosos: tipos mais comuns

A dor crônica em idosos é uma questão significativa que pode afetar a qualidade de vida deste grupo etário.

Com a população idosa crescente em países como o Brasil, essa condição apresenta desafios específicos que precisam ser abordados com atenção e cuidado.

Um estudo transversal revela que mais de 70% dos idosos acima de 72 anos relatam experiências de dor crônica, destacando as várias relações com fatores sociodemográficos e condições de saúde.

A influência dessa dor pode ser tão diversa quanto debilitante, afetando domínios físicos, psicológicos e sociais.

Este artigo explora as estratégias essenciais para lidar com essa condição, fornecendo esclarecimentosvaliosos sobre práticas eficazes no cuidado da dor crônica em idoso.

Boa leitura!


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Entendendo a dor crônica em idosos

O que é dor crônica e como ela afeta pessoas mais velhas

Dor crônica é definida como uma dor persistente que dura mais de três meses. No caso dos idosos, essa condição pode ser particularmente debilitante, afetando aspectos físicos e psicológicos da vida diária.

A presença contínua de dor pode limitar a mobilidade, reduzir a energia e afetar negativamente o humor.

Além disso, na população idosa a vulnerabilidade é maior devido a uma menor capacidade de regeneração dos tecidos, além de questões relacionadas à fragilidade física comum nesta fase da vida.

A dor crônica em idosos também pode se associar a condições de saúde preexistentes, como artrite, diabetes e doenças cardiovasculares.

O impacto na saúde mental não deve ser subestimado, já que o desconforto contínuo pode levar a sintomas de depressão e isolamento social.

Usar ferramentas de avaliação, como a escala analógica visual, pode ajudar a quantificar o impacto da dor na vida dos idosos.

Fatores que contribuem para a dor crônica na população idosa

Vários fatores podem contribuir para o desenvolvimento e a manutenção da dor crônica em idosos.

As mudanças fisiológicas relacionadas ao envelhecimento, como a rigidez  articular e a diminuição da resiliência muscular, são fatores comuns.

Além disso, há uma alta prevalência de condições como osteoartrite e neuropatias que intensificam a dor.

O sexo feminino é outro fator encontrado em estudos, onde mulheres idosas relatam sentir mais dor comparado aos homens.

O envelhecimento está relacionado com a dor crônica.
As alterações fisiológicas do envelhecimento, aliadas a variáveis sociodemográficas e ao tratamento inadequado da dor, influenciam significativamente a qualidade de vida dos idosos.

As variáveis sociodemográficas também desempenham um papel, onde diferenças no acesso aos cuidados de saúde e suporte social podem agravar a situação.

Outro ponto importante é o tratamento nem sempre adequado da dor devido ao baixo reconhecimento do problema e à subutilização de terapias eficazes.

Principais tipos de dor crônica em idosos

Nos idosos, a dor crônica pode manifestar-se de várias formas. Entre as mais comuns estão dor articular e osteoartrite, dor lombar crônica, além de dor neuropática incluindo a neuralgia pós-herpética.

Essas condições limitam a mobilidade e a independência, o que pode impactar severamente o bem-estar do idoso

Dor articular e osteoartrite

A dor articular, frequentemente associada à osteoartrite, é prevalente em idosos e está ligada ao desgaste das articulações.

Com o envelhecimento, a cartilagem que protege as articulações se deteriora, levando a uma intensa dor e rigidez.

Condições que afetam os ossos e as articulações podem gerar dor por diferentes mecanismos. A Artrite reumatoide pode causar dor por aumentar a inflamação e a osteoporose pode causar em caso de fraturas de fragilidade.

A intensidade da dor varia, mas pode ser debilitante, muitas vezes resultando em mobilidade reduzida.

Tratamentos comuns incluem:

  • Medicamentos anti-inflamatórios que devem ser prescritos apenas com orientação do médico geriatra;
  • Terapias físicas e de reabilitação;
  • Exercícios de fortalecimento para combater a sarcopenia em idosos.

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Dor lombar crônica

A dor lombar crônica é uma das causas mais comuns de dor na terceira idade.

Ela surge geralmente de alterações degenerativas na coluna vertebral, como a artrose ou quadros de hérnia.

A dor pode ser persistente, piorando com a atividade física ou longas horas na mesma posição.

Degeneração de discos intervertebrais é frequente com o envelhecimento, e a dor pode irradiar para outros membros, dificultando o movimento.

O tratamento inclui fisioterapia e, em casos extremos, cirurgia.

Além disso, exercícios de baixo impacto e técnicas de relaxamento podem ajudar a minimizar a dor e melhorar a qualidade de vida.

Dor neuropática e neuralgia pós-herpética

Dor neuropática ocorre devido a lesões nos nervos, frequentemente resultado de condições como diabetes.

Nos idosos, a neuralgia pós-herpética, uma complicação do herpes zoster, é bastante frequente.

Essa dor manifesta-se como uma sensação de queimação intensa e pode durar anos após a infecção inicial.

A intensidade da dor varia entre os indivíduos, mas pode ser extremamente desconfortável e resistente ao tratamento convencional.

Tratamentos para controle incluem analgésicos, anticonvulsivantes e antidepressivos, esses últimos usados em dose para controle de dor e não necessariamente relacionados a quadros de convulsão ou depressão.

Terapia cognitivo-comportamental e técnicas de neuromodulação têm demonstrado eficácia em algumas pessoas.

A dor crônica afeta muitas o bem-estar na terceira idade.
A dor crônica compromete a independência dos idosos, limitando suas atividades diárias e dificultando tanto tarefas básicas quanto a participação em eventos sociais.

Impacto da dor crônica na vida dos idosos

A dor crônica em idosos está frequentemente associada a uma piora na qualidade de vida, afetando tanto seu bem-estar físico quanto emocional.

Suas consequências incluem aumento na morbidade, desenvolvimento de sintomas depressivos e desafios na manutenção de sua autonomia.

Consequências físicas e emocionais da dor persistente

A dor crônica afeta consideravelmente o corpo e o estado mental dos idosos.

A dor pode ser afetada por quadros de multimorbidade, onde múltiplas condições de saúde coexistem, causando alterações de índice de massa corporal (IMC) e, frequentemente, levando a necessidade de várias medicações em conjunto para gerenciá-las. Isso eleva o risco de efeitos colaterais e interações medicamentosas.

Emocionalmente, a dor persistente pode piorar sintomas depressivos e ansiedade, levando a uma autoavaliação negativa da saúde.

Utilizando ferramentas como o WHOQOL-bref, muitos idosos relatam uma queda no bem-estar global.

A dor constante também contribui para a insônia, agravando o cansaço e reduzindo a qualidade de vida.

Como a dor crônica afeta as atividades diárias e a independência

A independência dos idosos é regularmente comprometida pela dor crônica, limitando suas atividades diárias.

Isso se manifesta em dificuldades em realizar tarefas básicas, desde pequenas atividades dentro de casa até a participação em eventos sociais.

A dor afeta sua capacidade de se mover, fazendo com que muitos evitem atividades que antes eram prazerosas ou necessárias.

O risco de isolamento social se intensifica à medida que os indivíduos se retiram de interações devido à dor, aumentando sentimentos de solidão.

Comorbidades associadas podem ser amplificadas, complicando ainda mais a gestão da saúde e reduzindo a autonomia.


Conheça: Fibromialgia em idosos: o que é, causas e fatores de risco


Tratamentos e estratégias para lidar com a dor crônica em idosos

Pacientes idosos que sofrem de dor crônica exigem um manejo cuidadoso que integre tratamentos farmacológicos com abordagens não farmacológicas.

Além disso, o acompanhamento geriátrico especializado é imprescindível para o tratamento adequado e minimizar os riscos associados às terapias.

Abordagens farmacológicas e não farmacológicas

O gerenciamento da dor crônica em idosos frequentemente inclui uma combinação de tratamentos farmacológicos e não farmacológicos.

Entre os farmacológicos, os opioides são usados com precaução devido aos seus efeitos colaterais e possibilidade de dependência.

Medicamentos como anti-inflamatórios e analgésicos mais leves são prescritos em muitos casos, mas sempre sob orientação do médico geriatra devido ao potencial de efeitos colaterais.

Em termos de tratamentos não farmacológicos, práticas como fisioterapia e terapia ocupacional ajudam na reabilitação e melhora da mobilidade dos pacientes.

Além disso, terapias alternativas, como acupuntura e técnicas de relaxamento, podem ser integradas.

A terapia cognitivo-comportamental também é eficaz para ajudar os idosos a lidar com as manifestações emocionais da dor crônica.

O desafio é desenvolver um plano de tratamento que equilibre alívio da dor com a manutenção da qualidade de vida.

Acompanhamento geriátrico na dor crônica
O acompanhamento de um médico geriatra garante a personalização e a eficácia dos tratamentos para idosos, ajustando medicamentos e monitorando interações medicamentosas.

A importância do acompanhamento geriátrico especializado

O acompanhamento de um médico geriatra assegura que os tratamentos sejam adequadamente ajustados às condições únicas dos idosos.

Os geriatras avaliam regularmente a eficácia do tratamento e ajustam medicamentos conforme a necessidade, além de monitorarem potenciais interações medicamentosas comuns nessa faixa etária.

O acompanhamento geriátrico avalia as comorbidades frequentemente associadas à dor crônica, como depressão e isolamento social.

Enfermagem geriátrica e equipes multidisciplinares são essenciais para prover um cuidado abrangente. Isso assegura suporte físico e psicológico ao paciente.

A enfermagem geriátrica e as equipes multidisciplinares são fundamentais para oferecer um cuidado integral, garantindo suporte tanto físico quanto psicológico ao paciente.

Caso tenha alguma dúvida que gostaria de compartilhar, sinta-se à vontade para deixar um comentário abaixo. Responderei o mais breve possível!

Médico Geriatra
Dr. Felipe Bozi Soares

Especialista em Geriatria pela Hospital das Clínicas da
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - HCFMUSP

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Olá, sou o Dr. Felipe Bozi, médico geriatra, agradeço a sua visita em meu blog!

O meu principal objetivo com esse blog é trazer conteúdos importantes e que possam impactar o seu processo de envelhecimento te ajudando a alcançar um envelhecimento mais ativo e saudável.

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